The study vouches the hypothesis that the corpus composed by the works – O livro da Guerra Grande (2002) written by the Paraguayan Augusto Roa Bastos, Uruguayan Omar Prego Gadea, Brazilian Eric Nepomuceno and Argentinean Alejandro Maciel; Cunhatai: um romance da Guerra do Paraguai (2003) written by Maria Filomena Bouissou Lepecki and O rastro do Jaguar (2009a) written by Murilo Carvalho – erases the ideology of nation as a homogeneous “imagined community” (ANDERSON, 2008) when analyzing the contemporary historical fiction that's revisiting the thematic of the War of the Triple Alliance (1864 – 1870) event, once primarily interpreted from the perspective of national loyalties. The narratives in question indicate weaknesses of the unifying character on which settle national identities and reflect tensions between internal cultural differences of the nation and, at the same time, external similarities to the national state. The work, based on theoretical principles focused on the relationship among Literature, History and Cultural Studies, points out the aesthetics strategies put in motion in the narratives, suggesting both the redefinition of principles and characterization that embody the conception of national identity as well as the context currently conceived that this very same symbolic construct is negotiating senses and positions with other belonging categories (ethnicity, gender, regionalism). The works are touched lightly by a critical positioning when they use as a core power an alternative order, being intranational, “inter-national” or even “supranational. Putting this perspective into practice, in one of the works, the national identity negotiates with the gender identity and in the other two with the ethnical identity, being under the Latino-American symbol or under the Amerindian identity.
Keyword:
Contemporary narrative;Historical fiction. Identity. Nation. War of the Triple Alliance.
O estudo, ao analisar narrativas contemporâneas de ficção histórica que revistam a temática da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), evento, outrora, prioritariamente interpretado sob a ótica das lealdades nacionais, comprova a hipótese de que as obras que compõem o corpus – O livro da Guerra Grande (2002), de autoria do paraguaio Augusto Roa Bastos, do uruguaio Omar Prego Gadea, do brasileiro Eric Nepomuceno e do argentino Alejandro Maciel, Cunhataí: um romance da Guerra do Paraguai (2003), de Maria Filomena Bouissou Lepeeki, e O rastro do jaguar (2009a), de Murilo Carvalho – rasuram o ideário de nação como uma “comunidade imaginada” (ANDERSON, 2008) homogênea. As narrativas assinalam as fragilidades do caráter uniformizador sobre o qual se assentam as identidades nacionais e refletem as tensões entre as diferenças culturais internas às nações e, ao mesmo tempo, semelhanças externas ao estado nacional. O trabalho, fundamentado nos princípios teóricos voltados para a relação Literatura e História e dos Estudos Culturais, aponta as estratégias estéticas acionadas nas narrativas, que tanto sugerem a redefinição dos princípios e caracterizações que revestem a concepção de identidade nacional quanto do contexto no qual se concebe atualmente que esse mesmo construto simbólico encontra-se negociando sentidos e posicionamentos com outras categorias de pertencimento (etnia, gênero, regionalismo). As obras são atravessadas por um posicionamento crítico, ao acionar como força motriz uma ordem alternativa, seja intranacional, seja “inter-nacional” ou, ainda, supranacional. Colocada em prática essa perspectiva, em uma das obras, a identidade nacional negocia sentido com a identidade de gênero, nas outras duas, com identidades étnicas, seja sob o símbolo da latino-americanidade, seja sob a roupagem da identidade ameríndia
Palavras-Chave:
Narrativa contemporânea;Ficção histórica. Identidade. Nação. Guerra da Tríplice Aliança.