Esta dissertação debruça-se sobre as relações entre jornalismo impresso, literatura e Modernismo na Bahia, a partir das contradições detectadas no projeto editorial do suplemento A TARDE Cultural, que, em seu primeiro ano de publicação, teve duas versões e dois editores, os jornalistas Tasso Franco e Florisvaldo Mattos. Analisando os 51 primeiros exemplares deste caderno, publicados entre janeiro e dezembro de 1990, procuramos compreender como as peculiaridades desta publicação, concebida inicialmente como um veículo de divulgação científica, privilegiando a prosa em detrimento da poesia, relacionam-se à própria configuração do universo literário baiano - suas contradições e tensões. Relação confirmada pela nova inflexão dada pelo segundo editor, que implanta uma linha editorial articulada em torno de sua trajetória pessoal, promovendo uma ruptura com o projeto anterior e transformando o "Cultural" em um catalisador do Modernismo baiano e da produção de suas diversas gerações, com especial atenção à poesia.