A presente dissertação objetiva analisar como o processo de construção da memória coletiva acadiana se dá no romance Mariaagélas (1973) de Antonine Maillet, e de que maneira a narrativa pode ser lida como uma representante da coletividade acadiana, focalizando, sobretudo, em questões atinentes aos conceitos de memória, identidade e diáspora. Embora se constituam em uma nação sem território unificado, os acadianos afirmam-se cada vez mais como um povo com identidade própria, através da sua história e da sua cultura. A literatura acadiana desempenha um papel fundamental ao contar e dizer o povo acadiano, projetando-o para o mundo e perpetuando a sua memória coletiva, sobretudo, desde a “Grande Desordem”, que se estendeu de 1749 a 1764, quando sofreram a dispersão geográfica e humana. A literatura produzida pelos autores acadianos servirá, assim, como um dos espaços em que essa coletividade procurará se afirmar e discutir a sua identidade diaspórica. Dentre os escritores que surgiram no cenário literário da Acádia, destaca-se a escritora Antonine Maillet pelo trabalho de resgate da memória da coletividade e da afirmação de seu caráter identitário particular. O romance Mariaagélas (1973),da sua autoria, opera com a configuração da memória e da identidade da coletividade acadiana enquanto coletividade minoritária diaspórica.