Estudos de Tradução Cultural e Intersemiótica

Depois que Roman Jakobson discriminou e definiu três tipos possíveis de tradução – a intralingual, a interlingual e a intersemiótica – os estudos dessa área passaram a expandir suas fronteiras para além da conhecida prática escrita de conversão de uma língua para outra. A partir da década de 60, do século XX, os diálogos entre artes passaram a ser incluídos no âmbito da tradução entre diferentes sistemas de signos – a tradução intersemiótica – contemplando, por exemplo, traduções do texto literário para o cinematográfico, do teatro para os quadrinhos, dentre outras possibilidades. A consciência de que o processo de tradução ocorre a partir de um outro lugar de fala, resulta de jogos de interpretação, apropriação, deslocamento de uma idéia de origem, derivando na reescrita de um texto, que não será idêntico àquele que o originou, já que conterá as marcas do tradutor, gerou o reconhecimento de que o tradutor não é uma tabula rasa e que, portanto, deixará, de alguma forma, suas marcas no texto que traduz e ressignifica. Assim, as pesquisas conduzidas nesta linha contemplam as análises de traduções intersemióticas e/ou interlinguais de textos literários, tomando como ponto central de observação questões relativas à cultura.