A presente dissertação tem como objetivo analisar a tradução/adaptação da tragédia Macbeth de William Shakespeare (1564-1616) para os filmes homônimos de Roman Polanski (1971) e de Peter Moffat (2005). A análise parte da compreensão dos aspectos literários e históricos, como a ideia de ordem e a doutrina dos Dois Corpos do Rei, bem como aspectos psicológicos e emocionais, questões de consciência e conflito para as releituras fílmicas, atentando para os traços de ressignificação e atualização da tragédia identificados nos textos cinematográficos. Levando em consideração reflexões de Robert Stam (1979) e a construção da taxonomia da transtextualidade de Gerárd Genette a dissertação explora o papel da rede intertextual no processo de tradução/adaptação, estabilizando e/ou desestabilizando estas relações. Buscou-se, desta maneira, não pautar a análise da tradução/adaptação em critérios de fidelidade, o que nos levaria a procurar traições ou distorções realizadas no texto de chegada, o filme, em relação ao texto de partida, a peça; mas, entender a forma como os filmes de Roman Polanski e Peter Moffat foram construídos. Acreditamos, desta maneira, haver contribuído de modo crítico para novas reflexões sobre a tradução/adaptação.