Este trabalho examina problemáticas flagradas no tratamento conferido a expressões identitárias no livro de contos O dia em que o Pato Donald comeu pela primeira vez a Margarida (2006), do escritor angolano João Melo, com o foco em construções de personagens e identidades culturais, étnicas e nacionais, sob o viés dos trânsitos culturais da (pós-)modernidade e da globalização, que envolvem Angola após a independência. Avaliam-se a ironia e o humor como instrumentos de desconstrução de estereótipos, que cercam as formações identitárias individuais e coletivas representadas nas narrativas, as quais empreendem continuada reflexão sobre os males políticos e sociais de sociedades africanas, mais especificamente a angolana, aliada a marcas recorrentes e relevantes nas situações de trânsitos culturais que atravessam essas “estórias” em diferentes direções e correlações.